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Envelhecimento em Pessoas Vivendo com HIV: o que você precisa saber

Quando falamos em HIV, muita gente ainda associa a doença apenas ao passado, mas hoje a realidade é bem diferente. Com os tratamentos modernos, as pessoas que vivem com HIV podem ter uma vida longa, saudável e cheia de planos para o futuro. O que mudou foi que, à medida que os pacientes envelhecem, novas preocupações de saúde também aparecem – e cuidar bem desse processo é fundamental.

Por que se fala em envelhecimento com HIV?

Nas décadas de 1980 e 1990, quando o HIV foi descoberto, a expectativa de vida era curta. Mas com os avanços da terapia antirretroviral, principalmente a partir dos anos 2000, a expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV se aproxima muito da população em geral. Hoje, muitos pacientes chegam aos 50, 60, 70 anos ou mais. Isso é uma grande vitória da ciência e do acesso ao tratamento.

Mas, ao mesmo tempo, o HIV traz algumas particularidades para o envelhecimento. O vírus, mesmo controlado, e os medicamentos usados ao longo da vida podem acelerar alguns processos ligados ao envelhecimento do corpo, como inflamação crônica e desgaste de alguns órgãos.

Quais são os principais desafios?

As pessoas vivendo com HIV, à medida que envelhecem, podem ter mais risco de desenvolver algumas condições:

  • Doenças cardiovasculares (como infarto e derrame)
  • Osteoporose e fraturas (fragilidade dos ossos)
  • Problemas renais
  • Cânceres não relacionados à AIDS
  • Alterações cognitivas (memória, atenção, raciocínio)

Esses riscos não significam que todo mundo vai ter, mas que é importante acompanhar de perto com médicos e equipes de saúde.

Qual o papel do tratamento?

O tratamento contra o HIV (TARV) continua sendo a base da saúde. Manter a carga viral indetectável não só protege o sistema imunológico, como também reduz inflamação e diminui complicações. Além disso, hoje temos medicamentos mais modernos, menos tóxicos e com menos efeitos colaterais de longo prazo.

O que cada pessoa pode fazer?

Além da adesão ao tratamento, existem cuidados gerais que fazem muita diferença no envelhecimento saudável:

  • Alimentação equilibrada
  • Atividade física regular (principalmente exercícios de resistência para proteger ossos e músculos)
  • Não fumar e evitar álcool em excesso
  • Acompanhar exames de rotina (coração, rins, ossos, câncer)
  • Vacinação atualizada

Tudo isso ajuda a controlar não apenas o HIV, mas também os outros fatores que podem surgir com a idade.

Quebrando o estigma

Um ponto importante é lembrar que viver com HIV e envelhecer não é sinônimo de solidão, fraqueza ou doença. Muitas pessoas têm relacionamentos, trabalham, viajam, realizam sonhos. O preconceito ainda é um desafio, mas o conhecimento e a informação são ferramentas poderosas para combatê-lo.

Conclusão

O envelhecimento em pessoas vivendo com HIV é um tema cada vez mais presente, e a boa notícia é que hoje é possível envelhecer bem. Isso exige acompanhamento médico, hábitos de vida saudáveis e, principalmente, acesso à informação e ao cuidado. Procurar um infectologista é fundamental para adaptar o tratamento e garantir qualidade de vida em todas as fases da vida.

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